Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis alega que facções interferem em audiências de custódia

Entidade aponta que presos são orientados por facções a prestar falso testemunho sobre violência policial

Marcel Horowitz | Rádio Guaíba | Porto Alegre | RS

A Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) divulgou nota em que acusa facções de burlarem as avaliações feitas em audiências de custódia, em Porto Alegre e na Região Metropolitana. De acordo com o comunicado, presos são orientados, por integrantes de organizações criminosas, a prestar falso testemunho sobre violência policial para que juízes os concedam liberdade.

Na manifestação, a entidade também menciona solicitações de abertura de sindicâncias, na Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul, como consequência das supostas acusações. A confederação conclui que o ‘objetivo dessa prática é tentar enganar o Judiciário para que os presos ligados às organizações criminosas sejam postos em liberdade’.

A denúncia vem à tona após a divulgação de relatos, feitos por servidores públicos à Rádio Guaíba, no início da semana, que acusam magistrados do Núcleo de Gestão Estratégica do Sistema Prisional (Nugesp) de conceder liberdade a presos em flagrante.

Leia a nota Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis:

A Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol) vem a público manifestar sua indignação frente às informações denunciadas pelo Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia do Rio Grande do Sul (UGEIRM) de que organizações criminosas que comandam o tráfico em Porto Alegre/RS e na região metropolitana estão orientando criminosos a acusar policiais durante as Audiências de Custódia.

O objetivo dessa estratégia é um só: frustrar as prisões que são efetuadas pelos policiais civis.

A orientação dessas organizações criminosas, conforme relatos que chegaram ao Sindicato no Rio Grande do Sul, é alegar nas Audiências de Custódia sobre agressões cometidas pela Brigada Militar e por policiais civis no momento das prisões, bem como a invasão de suas residências.

Não por acaso, diante deste fato grave, que merece o nosso repúdio e de toda a sociedade, constata-se diversas solicitações de abertura de sindicâncias na Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul com acusações, invariavelmente infundadas, de agressões e abuso de autoridade supostamente cometidas pelos policiais.

O fato é que o UGEIRM teve acesso a áudios de conversas entre criminosos tratando sobre estratégias para acusar os policiais. O objetivo dessa prática é tentar enganar o Judiciário para que os presos ligados às organizações criminosas sejam postos em liberdade, situação que muitas vezes acontece nas Audiências de Custódia.

A Cobrapol soma-se ao UGEIRM e à Federação Interestadual de Trabalhadores Policiais Civis da Região Sul (Feipol-Sul) na denúncia dessas práticas que devem ser rechaçadas pela Justiça e pela sociedade.

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